Palladino e a historinha do "galo preguiçoso"... :)

Publish date 17-02-2014

by ARSENAL DA ESPERANÇA

A missa que foi celebrada ontem (16/02) pelo Pe. Patrick Clarck no Arsenal da Esperança em lembrança do terceiro ano sem o Palladino não foi apenas um um tempo de tristeza; não ficamos somente chorando, mas recordamos a humanidade e a proximidade que esse grande amigo teve com todos nós, com a sua família e, sobretudo, com os acolhidos do Arsenal.

Vasco, em uma apaixonada mensagem da "Restituição", entre as belas palavras de elogio e as pausas para recuperar o fôlego pela emoção, contou também: “Quem não se lembra da piada do galo preguiçoso que o Palladino sempre gostava de contar: aquele galo era tão cansado e tão preguiçoso que, quando chegava a hora de cantar, aguardava o canto vigoroso dos colegas vizinhos e apenas acenava com o dedo levantado”. O Palladino gostava de contar essa piada na palestra para os novos acolhidos do Arsenal. Era uma maneira simpática de dizer que as coisas não chegam só do alto, que é necessária a luta de todos, que é preciso que cada um faça a sua parte. O neto do Palladino, Gianluca, que até aquele momento não tinha parado um minutinho de chorar, abriu um sorriso enorme. Os apaixonados por futebol também gostaram de recordar outra famosa citação do Palladino, dessa vez mais futebolística... Vasco lembrou que o Palladino, são-paulino, gostava dizer que “São Paulo pregava aos coríntios, debaixo de uma palmeira, para que se tornassem santos!”.

Enfim, nesta missa a tristeza pela perda do Palla se misturou com a alegria da lembrança da sua simpatia. Foi gostoso recordar o Palla, esse simples cristão que, ainda que de maneira diferente, continua presente no meio de nós, como nos dizem as palavras que recebemos de sua filha Renata.
Agradeço por ter-me enviado esta mensagem...
[Mensagem enviada por Renata Palladino em resposta ao e-mail mandado aos amigos do Arsenal com o convite para a missa em memória de seu pai.]

São três anos de uma ausência sentida, doída a cada dia, na certeza de que este vazio só aumenta. Imaginava que o tempo ajudaria a aliviar esta angústia, que ajudaria a aceitar esta perda, mas parece que quanto mais o tempo passa, maior fica a saudade.

Ele foi um pai maravilhoso, uma pessoa que, seja lá qual fosse seu compromisso, jamais dizia não, que fazia de nossa vida a sua própria vida. "Pai, estou sem carro hoje, preciso de carona para ir à escola". "A que horas?". "Que tal às 12h?". Às 11h já estava lá. Este era ele, sempre. Fazia do compromisso o momento mais esperado.

Lembro do carinho especial com meu filho Gianluca e de como ele ficou desesperado no momento em que tive que lhe contar que seu Nono tão amado tinha partido. Ele corria pela casa e chamava por ele. Ainda hoje, em qualquer momento que dele falamos, se emociona. Era uma relação intensa, repleta de amor e cumplicidade. O Nono chegava do Arsenal para almoçar em casa e não saíamos para a escola sem vê-lo. Nas mãos, trazia o saquinho com os pãezinhos que o neto tanto aguardava e, juntos, partilhavam esse saboroso momento. Se atrasava para chegar e estávamos de saída, entregava-lhe o pãozinho pela janela do carro, acredita?

Cada vez que entro no Arsenal parece que o vejo andando por aí, como se estivesse vindo nos receber, como fazia sempre. Esta foto com Dom Odilo me impressiona. Vejo em seu gesto a demonstração de sua fé. Parece estar pedindo pela vida, pelo tempo que ainda queria viver para estar ao lado de vocês, com tanto ainda para realizar, nessa obra de doação que escolheu para fazer de sua vida algo melhor, com sentido e amor.


Vocês sabem que eram a sua família, a família que escolheu, que amou. Esta obra deu mais sentido ainda à sua vida e o tornou um homem ainda melhor. Um exemplo para nossos filhos.

Não há um dia sequer que não pense nele. Sei que deve estar bem, ao lado do Pai, mas fico pensando em como estaria feliz, aqui, ainda trabalhando tanto pelo Arsenal e curtindo sua família, podendo ver seus netos crescerem e se tornarem pessoas do bem, como seu exemplo nos fez e os faz ser.
Hoje estava comentando com uma professora amiga que estaríamos rezando pelos três anos de sua partida e já estava entristecida. Ao ler sua mensagem, chorei muito, assim como estou chorando a cada linha que escrevo, mas não queria deixar, mais uma vez, de agradecer o carinho que tiveram e têm por ele e por minha mãe.

Estaremos com vocês para, mais uma vez, rezarmos pelas obras que ele está realizando, com certeza, no céu, para juntarmos nossa saudade e lembrarmos dos momentos que Deus nos permitiu estar a seu lado.

Um grande abraço a todos vocês, com meu muito obrigado, sempre!
Renata (Palladino)

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