Procuram-se jovens...

O que pensamos quando escutamos que as enchentes no Nordeste atingiram 1 milhão de pessoas? O que gostariamos que os outros fizessem se nós tivéssimos perdido tudo?

O Arsenal da Esperança é uma casa habitada por mais de 1000 pessoas que, muitas vezes, perderam tudo: é como se 1000 vidas (e milhares de outras nesta imensa cidade) estivessem embaixo d'água todos os dias - sem virar noticia, a não ser uma má noticia. Mas qual é a ligação entre as duas "enchentes"?

Nestes dias, grupos de acolhidos do Arsenal da Esperança (reunidos e motivados pela Floresta que Cresce) estão se revezando (de manhã e de tarde) na sede da Cruz Vermelha de São Paulo para selecionar, organizar, carregar os materiais destinados ás vítimas das enchentes de Maranhão, Piauí, Ceará e das outras regiões do Norte e do Nordeste.

Bom, se essa sociedade (que somos nós) fosse um pouco mais justa e menos distraida, seria bonito que hoje comentasse estas fotos, em larga escala, não para chorar juntos, mas para fazer um ato heróico, que se chama "pensar"...

Se as pessoas que nesta cidade "não contam nada", porque são invisíveis, descartadas, severamente provadas na sua vontade de resgate, estão aí, representando (sem muita "concorrência") a "solidariedade" desta rica metrópole, significa sim, que "ninguém é tão pobre que não tenha nada para dar", mas, sobretudo que poderia ser feito muito mais: dez, cem, mil jovens que realmente se comprometem com a paz, a justiça, a solidariedade como estilo de vida, poderiam não só ajudar a resolver as emergências, mas se tornar uma luz de esperança em qualquer situação.

Nós amanhã estaremos lá novamente, carregando, organizando, selecionando... porque a felicidade de "reparar" o mundo, junto aos outros, é cansativa, mas não tem preço! Agradecemos a sua colaboração (em todos os sentidos).